PS tem de "vir a jogo" e propor alternativas
Esta posição foi assumida pelo coordenador e primeiro vice-presidente da Comissão Política Nacional do PSD, Jorge Moreira da Silva, em conferência de imprensa, na sede nacional dos sociais-democratas, em Lisboa.
Jorge Moreira da Silva referiu que o PS defendia que o debate da reforma do Estado exigia propostas concretas do executivo PSD/CDS-PP.
"O Governo fez a vontade ao PS. Avançou com o desenho de propostas de redução da despesa no quadro de uma reforma do Estado", afirmou, acrescentando: "Agora compete ao PS também estar à altura das suas responsabilidades, dizendo medida por medida se concorda ou não concorda, se pretende substituir essa medida por outra, e já agora qual é a medida e qual é o montante financeiro de redução da despesa".
Quanto à posição do PS de que os consensos, por princípio, devem ser procurados no parlamento, Moreira da Silva observou: "Não vale a pena andarmos à procura de pretextos para fugirmos à nossa responsabilidade."
"A possibilidade de realizar compromissos está ao alcance dos partidos e do Governo", considerou, admitindo que "esse diálogo pode ser também procurado no espaço parlamentar".
De acordo com o coordenador da Comissão Política Nacional do PSD, o essencial é que o PS diga se quer "cumprir ou não cumprir" o Programa de Assistência Económica e Financeira e "qual é sua opção de consolidação orçamental", se quer "mais impostos ou menos despesa", especificando as áreas.
"Espero naturalmente que o PS esteja à altura das suas responsabilidades enquanto autor do memorando de entendimento, enquanto responsável pela circunstância a que Portugal chegou, mas também enquanto partido que tem e teve um papel importante na governação nas últimas décadas", concluiu.
Na sua intervenção inicial, Moreira da Silva reiterou a disponibilidade do PSD para "um amplo diálogo político e social".
Quanto às medidas para apresentadas pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, na sexta-feira, o dirigente social-democrata não comentou nenhuma em concreto, afirmando apenas que o PSD está "solidário com a opção do Governo" e é a favor do cumprimento das atuais metas orçamentais por via da redução da despesa.
Nesta conferência de imprensa, o coordenador e primeiro vice-presidente do PSD respondeu somente a perguntas colocadas pelas três televisões generalistas, saindo em seguida da sala.